sábado, 21 de junho de 2014

“Acredito que a natureza humana é essencialmente amorosa e que quando não demonstramos isso é porque há nuvens muito espessas escondendo o nosso sol. Nuvens de medo, dor, raiva, confusão. Mas o sol está lá, preservado, o tempo todo. Em algumas pessoas, mais do que em outras, parece que as nuvens demoram muito tempo a se dissipar, é verdade. Às vezes, podem até não dissipar durante uma vida inteira, é verdade também. Mas, à medida em que começamos a abrir o nosso coração, é inevitável não sentir que ser amáveis e cuidadosos uns com os outros não é um favor, uma concessão. Inevitável não sentir que o gostinho bom de dar amor é tão saboroso quanto o de recebê-lo.” - Ana Jácomo


"Acho que o amor não tem muita explicação, a não ser a seguinte: a gente precisa estar preparado para a chegada dele. Porque é difícil, é muito difícil amar. E dói. Não pense que ao encontrar o amor da sua vida os dias se transformarão em delícias sem fim. Dói. O amor de verdade dói. Ele arranha. Você fica com medo que um dia o sentimento te abandone. Isso causa dor. Dói. Eu insisto: dói. Não é um mar de rosas, depois que passa a fase inicial e você conhece os defeitos de trás para a frente, dói. É uma dor doce. Mas você não precisa da outra pessoa. Você gosta de como ela te abraça, te entende, te ouve, te beija, te olha. Você acha bonita a forma como ela mexe a colher dentro da panela, amarra o sapato, segura o guarda- chuva, tosse, liga a televisão. Só aquele tom de voz te tranquiliza, só aquele abraço te salva do caos de uma semana infernal. Você tem consciência que existem outras coxas, peitos, braços, pernas, olhares e cérebros no mundo. Você sabe que existem outras pessoas bonitas, atraentes e cheirosas no planeta. Mas só aquela te deixa com tesão. Tesão por tudo. Pela vida. Pela crença no amor de verdade. Pela vontade de juntar as escovas de dentes e as meias na gaveta. Pela magia que o amor traz. Pela rotina que o amor traz. Pela chatice que o amor traz. Porque o amor também é chato, um legítimo velho resmungão. O amor também é cheio de tédio. Mas se você sente que só aquela pessoa vale e merece essa dor que acompanha o amor, então é porque você ama com tudo o que você pode. E, aí sim, é que você está completamente livre. Livre para ser quem quiser. Para fazer o que tiver vontade. Para exercitar a sua solidão. A dois. Somando. Fazendo crescer." - Clarissa Corrêa

1000drawings:

Oamul Lu

“(...) regras não servem pra mim. Não tenho vocação pra bailarina, tenho fobia de linha reta, tenho o corpo livre, o espírito solto, sou do mundo, das pessoas, das conquistas, das novidades, vou construindo fatos e lembranças nas esquinas. A vida que tem lá fora gritou e eu não ouvi. Agora me movo a passos curtos, ziguezagueando por entre mudas de flores recentes que querem ser botão. Eu quero ser flor: quero terra viva que se mova e me faça mover.” - Verônica H.

excisions:

Bouton d’Or (by Alexandra Sophie)

quinta-feira, 19 de junho de 2014

PROCURA-SE, por Lívia Cândido

O alguém que espreguiça-se ronronando...
O alguém que acorda de bom humor...
O alguém que me ofereça sua mentira mais doce com o "- você é tão linda ao acordar!"...
O alguém que me provoque risos com a perda dos chinelos debaixo da cama...
O alguém que prepara a mesa para o café da manhã e lambuze as minhas torradas de Nutella...
O alguém que ceda a sua vez para o uso do banheiro...
O alguém que implica com a demora do meu aprontar...
O alguém que ainda elogia o cabelo cortado há pouco mais de trinta dias...
O alguém que profira a mais suja das cantada de pedreiro.com...
O alguém que consulta o serviço de meteorologia e o horóscopo do dia...
O alguém que assovia o som da rádio no engarrafamento...
O alguém que despeça-se com um longo beijo e lembra do cinema às 18...
O alguém que liga para saber se eu almocei no horário...
O alguém que guarda para mim um naco da sobremesa...
O alguém que envia uma sms com uma proposta ousada para a noite...
O alguém que me não faça bico ante o meu atraso na porta do cinema...
O alguém que não se importa em assistir comédia romântica...
O alguém que acomoda as mãos sob as minhas pernas no primeiro apagar das luzes...
O alguém que debocha do meu mau gosto para filmes...
O alguém que desvia a minha atenção com beijos e amassos...
O alguém que esqueça das horas comigo na livraria Leitura...
O alguém que trate pelo nome o garçom da comida chinesa...
O alguém que despreza o seu hashi para me acompanhar na matança do peixinho com garfo e faca...
O alguém que ceda a vez à senhorinha na fila do caixa...
O alguém que segure a minha bolsa na ida ao banheiro...
O alguém que aceita escutar For your babies, do Simple Red, pela milionésima vez 
(e cantarola comigo "I don't believe in many things, but in you I do...")...
O alguém que traduza as nossas músicas por saber que eu não falo um segundo idioma...
O alguém que aplauda o cantor da praça de alimentação...
O alguém que não reclama em parar a frente de cada vitrine das sapatarias...
O alguém que não perca as chaves de casa...
O alguém que abra a porta do elevador...
O alguém que demonstra ciúmes com as olhadelas recebidas do vizinho do décimo andar...
O alguém que esqueça a toalha sob a cama como pretexto...
O alguém que não se preocupa tanto quanto eu com o triste fim da escova no cabelo...
O alguém que faça amor debaixo do chuveiro...
O alguém que disputa com a tolha a secagem das minhas costas...
O alguém que liga a tv no mute...
O alguém que mantenha o abajour a meia-luz...
O alguém que ofereça o seu braço como travesseiro sob pena de cãimbras...
O alguém que sussurra um "- boa noite, meu amor" ao pé do ouvido...
O alguém que agradeça ao rezar...
O alguém que sonha com um dia de sol, nossos filhos e os cachorros na casa de campo...
O alguém que receba o meu Amor como recompensa.

L.C.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

- tão (m)eu...




quase sempre louca
amando demais
ridícula e chorona
infantil e paranóica
sigo me ofendendo
com tão pouco
sensível, exagerada
sonhadora e dramática
carrego estrelas nos olhos
planetas na mente
e o sol no peito
sou todo o infinito

[grazi]

sexta-feira, 13 de junho de 2014

"A gente fala de amor como se soubesse o que isso significa. Ninguém sabe, meu bem. Amor é meio como a incógnita daquela equação de vestibular que a gente até sabe qual é, mas não consegue produzir o raciocínio correto para achá-la. Amor é meio que adulto que ainda acredita em Papai Noel e recebe presentes todos os anos de alguém que não se sabe quem. Amor é meio que recortar corações de papéis vermelhos e prender na capa do caderno sem ter um nome escrito dentro deles. Amor é meio mistério, meio certeza, meio “eu-não-sei-o-que-estou-fazendo”, meio “vai-ser-você-pra-sempre”. Amor é amor único, amor que se repete, amor que já foi embora e depois voltou, amor que se perdeu de vista e disse Adeus. Amor é tanta coisa e eu nunca consegui entender tanta coisa de uma só vez." - Daniel Bovolento

"[...] Mas a gente sobrevive. E a vida continua batendo, o amor continua indo embora. As pessoas continuam vivendo suas vidas, tomando seus chops nos bares e a novela na tv não acaba. A novela continua. A gente continua. E o amor continua, em outra vida. Em outra história, em outra direção. E depois? Depois a gente encontra outro amor, a gente escolhe outras músicas pra cantar. A gente conta a história e dá risada. A gente fica mais forte. O amor tem dessas coisas, a vida também. Eu já passei por isso, você vai passar. A gente passa. Se eu acredito em amor, mesmo assim? Acredito. No amor, nas pessoas. Acredito na força que existe na gente. Acredito que a gente nunca pode perder a vontade de deixar o coração falar. Mesmo que ninguém entenda: meu coração grita. Ele pede passagem e diz que não se importa se amanhã não for nada disso. Ele diz que vai ser sempre assim, inteiro. Exposto. Eu prefiro morrer de amor. Eu prefiro viver. " - Thais Cinotti

segunda-feira, 9 de junho de 2014

- é.

“E se não quisermos, não pudermos, não soubermos, com palavras, nos dizer um pouco um para o outro, senta ao meu lado assim mesmo. Deixa os nossos olhos se encontrarem vez ou outra até nascer aquele sorriso bom que acontece quando a vida da gente se sente olhada com amor. Senta apenas ao meu lado e deixa o meu silêncio conversar com o seu. Às vezes, a gente nem precisa mesmo de palavras.” - Ana Jácomo



"O que me interessa no amor, não é apenas o que ele me dá, mas principalmente, o que ele tira de mim: a carência, a ilusão de autossuficiência, a solidão maciça, a boemia exacerbada para suprir vazios. Ele me tira essa disponibilidade eterna para qualquer um, para qualquer coisa, a qualquer hora. Ele apazigua o meu peito com uma lista breve de prós e contras. Mas me dá escolhas. Eu me percebo transformada pelo que o amor tirou de mim por precisar de espaço amplo e bem cuidado para se instalar. O amor tira de mim a armadura, pois não consigo controlar a vulnerabilidade que vem com ele; tira também a intransigência. O amor me ensina a negociar os prazos, a superar etapas, a confiar nos fatos. O amor tira de mim a vontade de desistir com facilidade, de ir embora antes de sentir vontade, de abandonar sem saber por quê. E é por isso que o amor me assombra tanto quanto delicia. Porque não posso virar as costas pra uma mania quando ela vem de uma pessoa inteira. Porque eu não posso fingir que quero estar sozinha quando o meu ser transborda companhia. O amor me tira coisas que eu não gosto, coisas que eu talvez gostasse, mas me dá em dobro o que nunca tive: um namoramento por ele mesmo. O amor me tira aquilo que não serve mais e que me compunha antes. O amor tirou de mim tudo que era falta." - Marla de Queiroz

i-n-d-i-o:

cmbsff:


"Diga ao seu amor que você o ama."

É só o que quero fazer.

Te amo.

- AAAAAAAAAA ~respira~ AAAAAAAAA...