quarta-feira, 7 de julho de 2010

Fui ao supermercado. O carrinho pouco contribuia para aquele suplício acabar em menor tempo. A preguiça cheirava a sabão em pó que exalava pela caixa violada. O tira-põe não é nada sugestivo ante às embalagens de papel-toalha. E daí se o frango resfriado o é?
Na sessão de frios tem iogurte. E tem uma mãe tentando convecer a filha a levar o ioRgute mais barato. 'Criança gosta é de embalagem colorida', penso eu. Penso mais um pouco e levo o ioguRte que tinha mais gravuras de frutas na embalagem.
Tomo um achocolatado. Dois. Empurrando o carrinho com uma mão, que tende a inclinar pro lado de uma pilha de caixas com vários garrafões de plástico com vinho tinto. Não permito e o conduzo a sessão de hortigrutigranjeiros [soletrando: h-o-r-t-i-f-r-u-t-Y-g-r-a-n-j-e-i-r-o-s]. Constato que a laranja é irmã gêmea do limão siciliano, mais brasileiro que eu, nascida na gema do cerrado nacional. A cebola roxa desbota, o alho descasca, e a bata doce se salva. A batata salgada e inglesa, que, a título de utilidade pública foi descoberta no Peru pelos espanhóis em 1536, a qual deveria ostentar seu nome de batismo - potato -, está pequenina naquela semana. Não levo. #prontofalei
Fito o arroz, desprezando-o por imaginar a lata de inox cheia, l'em casa. O mesmo se dá com o pobre do açúcar. Nada que um vizinho de bom coração não releve com uma boa xícara de chá tais esquecimentos.
Vejo ração e me vem a memória um tempo em que eu discutia o seu preço e qualidade. Aperta a saudade.
Abandono o carrinho para ir à sessão das carnes. São nesses momentos (e em outros também, confesso) que gostaria de ter nascido homem! Ao meu ver, raro aquele que não compreende a singeleza de uma maçã de peito. Ou a personalidade de uma pá de acem. Melhor: a expressividade de uma boa peça de contra-filé para justificar o seu (alto) valor de mercado. Que não questione se a linguiça é fresca. Opa, sem trocadilhos.
Confesso que em muito me intriga a pessoa na ocupação de açougueiro. 'Será que ele vai ao banheiro assim, de avental?', 'Haveria um desses adepto do Veganismo?', 'Açougueiro pode ser criador de gado?'. Juro.
Pedidos feitos, aproxima-se o fim. Não se antes levar umas boas doses de Coca, e uma de Guaraná, para contemporizar. Caixa. Novamente o bom e velho tira-põe. Dessa vez, acrescido do empurra: tira-põe-empurra o produto para o caixa passar na maquina que lê (oi?) códigos de barra. Impiedosa. Nada lhe escapa. Nem os achocolatados consumidos no início da saga. Por fim, é hora de pagar. Um suador que me dá ao assinar um cheque... difícil explicar...
Saio em disparada. Liberdade, enfim. Ar não contaminado pelo misto de sabonete e pó de café.
Se faz merecer meu descanso de hoje, sim, sim. Ainda mais após um dia [e tarde, princípio da noite mineira] de trabalhos. Consigo entender Marx. Em ambos.
Carona do tio, eis-me em casa. 
À espera de acomodar, as compras, nos armários.
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UPDATE:
o amaciante não soube a quem escolher: se o achocolatado em pó ou o achocolatado de morango (não encontrei melhor definição), resolvendo se "entregar' aos dois. Leia-se, derramar sob os dois.
Hummm...guloso.

Um comentário:

  1. aiii como odeio fazer compras e sem falar em ter que guardar as compras rsrs
    se bem que quando vou fazer compras só acompanho...creio eu que ficaria menos chateada indo sozinha ^^'
    heinn e esse texto tem alguns trocadilho...bom pelo menos eu só pensei besteira rs
    Bjs japa

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