domingo, 12 de dezembro de 2010

em silêncio

escrevo por necessidade. 
para não permitir sem lutar que esse grito surdo de incompletude me sufoque.
é diante desse quadro branco, porém com tantas opções de fontes e outras cores, que torno público sentimentos meus, pensamentos meus, todos os meus predicados, acertos e enganos que vou por ai cometendo. 
e todo o meu resto indiferente a compreensão.



eu sou sensível e intranquila. 
não sei dar fim a um sentimento sem nele me perder. 
se ali ainda me encontro, eu invisto e sigo incessante rumo ao sei-lá-o-quê, sei-lá-onde. 
não raro ser mal interpretada, mal compreendida e até mal quista. pouco ou nada importo com isso.
as dores são minhas, por isso de não querer compartilhá-las. 
essa sou eu e estou sempre em fase de construção, 
sempre em movimento. 
se para melhor, se para pior, só mesmo arriscando-se a seguir-me e ver até aonde alcança os seus olhos, ou mais: 
o seu fôlego.



porque eu não me canso. 
tenho sede e fome. 
sede de vida, fome de gente. 
e em descobrir para quê mesmo eu cheguei até esse presente que me apresentam. 
tudo bem, eu posso não descobrir nessa vida, mas fica registrado o meu desejo de voltar a trilhar tudo novamente, ou diferente, para dar razão a essa outra oportunidade.



fantasio o amor para nele encontrar a felicidade. 
vez fantasio em demasia, com dose de libertinagem. 
é desse ar que respira as minhas veias. 
muito além do amor é composta a vida, eu bem sei. 
mas minha visão de alcance não tem grande extensão.
confesso não conseguir ou mesmo não saber enxergar outro melhor sentimento que me instigue, que me impulsione, que provoque um abrir de olhos para iniciar novo dia. 
e caso haja outro qualquer sentimento que melhor represente o que seja (sobre)viver, peço que não me conte, não me apresente. 
permita que eu o encontre, sem muitas pretensões, sem amarras, sem presságios.
numa tarde cinza de domingo, ou numa linda manhã de quinta. 



prefiro viver a ilusão do amor a sinceridade da vida. 
é minha essa opção, livre e desempedida. 
posso mais a frente discordar de cada linha que hoje atrevo, arrepender-me de dizer o que ouso dizer, mas é o risco que se corre:
[...]
eu - hoje - prefiro o silêncio.
é que nele tenho encontrado uma desconhecida doçura.
finito será quando e se uma boca macia decidir por quebrá-lo.
do contrário, só restará tal silêncio a gritar pela sonoridade castigada
 ao longo desse percurso.
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UP DATE
tinha que ser Caio:
Que a maneira mais absoluta de aceitar alguém ou alguma coisa seria justamente não falar, não perguntar - mas ver
Em silêncio.

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