sábado, 11 de dezembro de 2010

Decidi re-postar esse meu texto, originalmente publicado em 18 de novembro/2010.
Neste, procurei registrar o que vem a ser para mim o término (?) de um amor, face o texto da Mari no Passagem para Belém "Porque hoje já não falo mais" [http://passagemparabelem.blogspot.com/2010/11/porque-hoje-ja-nao-falo-mais.html]
Espero que, despretenciosamente, tenha podido contribuir para uma melhor compreensão do seu momento, Mari. 
Ou não! rs'
Um beijo e ... fica bem!

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"Aqui jaz o amor."

Quando é que se finda o amor, afinal? Amor é assim, então, mensurável? Daqueles tais que tem início, meio e fim? E medida então: amo muito, amo pouco, amo na/sob medida?
O que então promove o término de um amor? Traição strito sensu ou ainda a traição de sentimentos, a desesperança, solidão a dois, talvez uma frustração, palavras mal empregadas, atos outros que ambicionam determinar o seu fim?
E isso, o fim, deve partir de um ex-amante ou do casal? Restaria ainda a generosidade de entristecer-se somente para não deixar que o outro sofra só? Em sendo o sofrimento de ambos, posso mesmo afirmar que não mais existe vestígio de amor? Ora, se estão sofrendo, é porque ali ainda resta um quê de amor!
Só se ama uma vez? Sim, porque para certificarem "findo o amor" é porque este desapareceu por completo daquele que o sentiu. É isso, então, o amar?
Peraí, então o amor não reside no coração [ou como querem os cientistas, nos receptores cerebrais de dopamina], mas sim no ser que foi amado? Foi, passado que me intriga, foi...
Ora, ao meu ver, o amor não morre, não desaparece, não mingua, mina, ou algo parecido. O amor vai sempre ali existir, ainda que mudem os personagens, as circunstâncias, o tempo, o modo...
Eu não quero crer que deixo de amar quando coloco fim a uma relação. É finda a relação, o nós, aquela unidade de dois que promove o bem. Aquela unidade que chega a convencer  sobre o encontro de almas, o despertar de algo que estava ali, adormecido, esperando um assobio estridente, em boas notas, para enfim apresentar-se ao mundo e dizer a que veio.
Ainda que finda a relação, extinto o nós, restam as lembranças de dias ardentes e de ternura, dias de paz e de discórdia, mas vividos, intensamente. Outros sobrevividos, ok, nada mais natural numa relação a dois. Mas foram dias inesquecíveis, não? Dias e noites de amor...
O amor ali permanecerá, para todo o sempre, quer queira ou não. Por não acreditar no fim do amor, não acredito no desamor. Desamor nada mais é do que o tempo que ainda não fez clarear as ideias após um término de relação mal superado.
Sim, sou uma daquelas românticas sentimentalóides, que fingem algo saber. No entanto, preciso mesmo posicionar-me, até por questão de sobrevivência.
Não é finito o amor, portanto. Há sim o fim de um casal, fim de quem ali amou, mas que encontra-se pronto para novamente amar. O amor entre eles para sempre existirá. E se assim não for, talvez não fosse amor...
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