terça-feira, 21 de dezembro de 2010

sobre elas

[...]
ela: - e você que nunca fica tranquila.
ela: - e você sempre se importando com os meus desvaneios.
ela: - você pensa que eu não me entrego...
ela: - não, penso que você se entrega pouco. Não se permite. Sempre nega vida aos seus sentimentos.
ela: - não aceita que eu seja menos intensa que você.
ela: - sim, sempre espero que um dia possa ser menos razão.
ela: - para você, ser paixão é o que confere vida.
ela: - sim, essa sou eu, e quero muito acreditar que assim sempre serei.
ela: - não sei você, mas eu preciso de espaço, de liberdade.
ela: - posso sempre acompanhá-la.Serei o lajedo do seu chão e o sopro forte do seu ar.
ela: - não, preciso do meu espaço, da minha liberdade. Neles encontrar-me para depois encontrar você.
ela: - você precisa de tempo, e isso não posso dar. Caso se confira tempo ao amor, ele perde o seu encanto. Descobre-se que é possível viver sem o outro na sua falta. Eu não quero isso para nós. Sempre quero ter você em mim.Ainda que somente a parte menor que conferir a mim.
ela: - você tem o dom de tornar o difícil em algo mais complexo.
ela: - sim, sempre. E digo mais: no quase impossível.
ela: - e parece haver um gozo nisso.
ela: - nem tudo o que hoje é assim pareceu um dia ser. Há encantamento no mistério. O imprevisto sempre mendiga atenção para expor a sua beleza.
ela: - você novamente conferindo certeza ao que não é matéria.
ela: - sempre incrédula ao que seus olhos não alcançam sentir.
ela: - sabe que são para você todos os meus olhares.
ela: - assim como sua boca, suas mãos e todo a sua sinestesia. Sempre meus, sempre minha.
ela: - você não se cansa de afirmar a certeza, de invocar o 'SEMPRE'?
ela: - como não me canso de buscar o 'VOCÊ', em cada palavra que dirige a mim.
ela: - não quero mais VOCÊ.
ela: - eu sim. SEMPRE
[...]
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porque me encontro nela e nela...

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