domingo, 2 de janeiro de 2011

Para Zelia e Jorge



porque atravessaram mudanças de moedas, estilos musicais, moda, governo, casas e temperamentos.
porque perderam-se em curvas, noites, cheiros, penhascos, jardins e beijos.
permitiram-se fumar, orgia, zombar da morte, palavrões, desafinar no Cauby e a solidão a dois.
encaixavam-se nas cores, vozes, poemas, quebra-cabeça, códigos e pernas.
porque acreditavam que podiam, melhor, que deviam, fraquejaram, entristeceram, não se abateram e juntos conquistaram.
porque riram, discutiram, de mal ficaram, respiraram ira, cuspiram afeto, e de bem outra vez, treparam.
nasceram netos, livros, o pau-brasil dele, as primeiras rugas nela, a internet e a juventude de cabelos grisalhos.
dia morreu, tarde nasceu, noite se estabeleceu, morreu ele, depois ela e o amor permaneceu.




Lívia =]  
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