quinta-feira, 3 de março de 2011

porque há muito eu não falava sobre mim...

Um dia alguém me contou que quando era criança chorava quando ouvia ou lia a palavra derradeiro. Acolhi com ouvido de poesia. E sorri, dentro, com ternura por essas singularidades lindas de cada um. Mas sorri muito mais porque adulta, diante de cada experiência derradeira que a vida desembrulha, geralmente choro também. Às vezes, à beça, por outros tantos instantes derradeiros.

Memória de choro é vasta. 
Ana Jácomo
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Além do encantamento que a Ana sempre em mim desperta, identifiquei-me com o choro da criança ao ouvir derradeiro
Derradeiro passa a ideia de finitude, e isso é algo que sempre me incomodou. Não sei bem como tratar com o fim de nada, tampouco de gentes e o que por elas se sente. Muito menos, o que acredito que sintam por mim... Isso se dá porque não acredito mesmo no fim. Ao meu ver - e sentir - finitude é uma ideia, cuja qual, não compartilho e renego o quanto puder a sua existência. Psicologizando, aproxima-se do célebre significante e significado sempre referidos por meus amigos da Psicologia  para casos semelhantes.
Somente a pouco, pus-me verdadeiramente a chorar quando finalmente entendi e vivenciei o real significado para derradeiro...
E como se faz com o brinquedo Lego, passei a montar e desmontar esse meu coraçãozinho. Perdi uma pecinha (será mesmo que perdi, considerando a perda como o fim do ganho?) mas ganhei outra não tão bonita, mas preciosa: sabedoria. Não aquela dos monges, dos cientistas e profetas, mas sim aquela que se assemelha ao aprendizado, a viver cada dia desejando-se aprender um pouco mais nas suas horas.
Buscando o encantamento da tristeza, sigo. Em alguns momentos, eu vacilo e penso em tentar sair deste estado de alguma forma. É quando me ocorrem ideias as mais estapafurdias, rizíveis mesmo. Ai rememoro o aprendido ao longo daquelas vinte e quatro horas, respiro profundo, e me recomponho, deixando o dia acabar mais uma vez.
Assim estou: seguindo... sempre e muito.
Um beijo a vocês que de alguma forma acompanham-me nessa jornada!

Lívia =]

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