E a moça?
De que lugar teria vindo?
Que caminhos teria pisado?
Que insuspeita das descobertas teria feito?
Tu olharias a moça mas, as perguntas não acorrendo, o mistério que a envolveria seria desfeito -uma moça vestida de azul, sentada no chão de uma praça sem lago.
Não poderias saber nada de mais absoluto sobre ela, a não ser ela própria.
Fazendo perguntas, tu ouvirias respostas. Nas respostas ela poderia mentir, dissimular, e a realidade que estava sendo, a realidade que agora era, seria quebrada.
Pois, não fazendo perguntas, tu aceitarias a moça completamente.
Desconhecida, ela seria mais completa que todo um inventário sobre o seu passado. Descobririas que as coisas e as pessoas só o são em totalidade quando não existem perguntas, ou quando essas perguntas não são feitas.
Desconhecida, ela seria mais completa que todo um inventário sobre o seu passado. Descobririas que as coisas e as pessoas só o são em totalidade quando não existem perguntas, ou quando essas perguntas não são feitas.
Que a maneirar mais absoluta de aceitar alguém ou alguma coisa seria justamente não falar, não perguntar, mas ver.
Em silêncio.
Caio Fernando Abreu
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