segunda-feira, 20 de junho de 2011

Lívia descrita por Caio Fernando Abreu



Mas como menina-teimosa que sou, 
ainda insisto em desentortar os caminhos. 
Em construir castelos sem pensar nos ventos. 
Em buscar verdades enquanto elas tentam fugir de mim. 
A manter meu buquê de sorrisos no rosto, sem perder a vontade de antes. 
Porque aprendi, que a vida, apesar de bruta, é meio mágica. 
Dá sempre pra tirar um coelho da cartola. E lá vou eu, nas minhas tentativas, às vezes meio cegas, às vezes meio burras, 
tentar acertar os passos. 
Sem me preocupar se a próxima etapa será o tombo ou o voo. 
Eu sei que vou. Insisto na caminhada. O que não dá é pra ficar parada. 
Se amanhã o que eu sonhei não for bem aquilo, eu tiro um arco-íris da cartola. E refaço. Colo. Pinto e bordo. Porque a força de dentro é maior. 
Maior que todo mal que existe no mundo. 
Maior que todos os ventos contrários. 
É maior porque é do bem. 
E nisso, sim, acredito até o fim.

Caio.

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