sábado, 18 de junho de 2011

revisito-me...[nova série]

revisito-me é uma forma de reviver-me - a mim, meus sentidos, sentimentos e circunstâncias - quando escrevi os textos que passarei a re-publicar por aqui. Sou saudosista confessa, adoro o cheirinho da nostalgia...
Dito isso, esclareço que os textos serão escolhidos de forma aleatória ou conforme a importância da lembrança ou simplesmente em função do meu apreço pelo mesmo. Ah, todos serão publicados em suas versões originais, e alguns poderão ser comentados, outros, por entender desnecessário [e para preservar o encanto], não; serão apenas re-sentidos.
Espero que re-apreciem!
Um beijo.
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revisito-me em: 29-11-2010
revisito: sem título
comentário: recordo que foi uma foto tirada pelo Bim de uma paisagem sergipana que me inspirou ^^
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porque sentiram-se despidos um do outro.
tiveram o corpo congelar de tristeza e arder de saudade.
achavam-se vis, de nenhuma ou pouca valia estando sós.
esquivavam-se da dor, como em sendo possível o não-sofrer.
choraram ao não reconhecer o reflexo do outro no espelho.
disfarçaram o pranto ao optar pela mesa 4, aquela que nunca fora deles. 
ao contrário da 7, às quartas. 

por anos.
silenciaram ante a pergunta do garçon.
garçon: - em outro japonês?
ouviram ainda Chico César questionar: - onde estará o meu amor?
pressionados, riram, para causar impressão de que estava tudo bem, apesar dos entretantos.
alteraram o trajeto a fim de não passar frente ao jardim, local que celebraram lindas tardes à luz do sol poente e ao som de juras de amor eterno.
questionaram, cada um a seu tempo, a eternidade.
indagaram, cada um a seu modo, o porque do fim.
conclusões chegaram:
ela: - a culpa é dele! Maldito ciúme, maldita possessão!
ele: - a culpa é da mãe dela! Maldita velha, bendita a sua filha!
comeram trufas para remediar a carência. 
ele, de maracujá; ela, de chocolate meio amargo. 
azedo e amargo, sabores de duas suas vidas.
tempo.
tempo.
tempo.
eis que o senhor que tudo sabe e a tudo transige, decide por agir.
faz emergir lembranças.
com força sopra a brasa da paixão.
revive cheiros, sabores, toques e sensações.
e por fim, encontra o amor.
este, ainda que renegado, mostra-se indiferente aos fatos. 
aos atos. 
às palavras ditas no calor da discussão.
busca conforto no senhor de todas as coisas, 
e unidos, partem rumo ao beco escuro da solidão. 
vagam em profundo silêncio, o som da dor.
encontra o dele, apático; 
o dela, saudoso; 
ambos, ainda amantes.
é o bastante.
e finalmente unos, correm em direção a vida.
ressalta-se: a unidade de vidas.
rumo a paisagem mal definida na imagem, 
porém concreta nos corações.

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Um comentário:

  1. Feliz em saber que meu olhar (indefinido) e o meu "Sergipinho" te serviram de inspiração... *-*

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