quarta-feira, 21 de março de 2012

da série "co-autoria: Lívia"


Eu posso te esperar, menina. Você não vem amanhã e não sabe se vem depois, mas eu posso esperar. 
Os dias aqui não são agitados como parecem e a vida é aquela coisa de sempre: ora boa, ora ruim. 
Uma avalanche de cada coisa, mas um buraco enorme de você, todo machucado de saudade. Por isso tudo, posso te esperar sentado em frente a nossa lareira ou até olhando pelo buraco da porta cada pessoa que passar. 
Uma hora há de ser você. 
Em algum dia terá de ser você. 
Quando qualquer outra mão tocar esta campainha, sairei correndo e me encherei de decepção ao ver que me enganei. Distribuirei socos no ar e baterei vez ou outra com a cabeça na parede. Mas logo você liga… E diz que já chega, que o tempo passa rapidinho. 
Ah, eu posso te esperar, menina. Sorrindo e chorando por amar sem ter pedido, eu vou te esperar. E quando chegares, por favor, deixe as malas na porta e me venha como um furacão. Nem me deixe ver quem é; o teu cheiro me dirá. Vem logo, menina… Tudo que habita nesta casa está pronto para ti, inclusive eu.
Camila Costa

Nenhum comentário:

Postar um comentário