Como aquela que teve uma infância entre livros onde desenhava letras,
e escrevia arco-íris.
Pés crus pelos parques de areia ou calçados pelas botas da Bicho-Comeu-Xou-da-Xuxa,
a desfilarem pelas escadas rolantes do Conjunto Nacional.
Aquela que se perdia pelos corredores da Escola Nacional, a procura de logo crescer
e entender porque tantos matavam aulas.
Como aquela que não concordou em trocar sua vida urbana na capital do Cerrado pelas calçadas de paralelepípedos da cidade histórica mineira e berço da Mãe.
Que recusou a dedicar-se aos livros, e comer a revelia como forma de protesto.
Como aquela que veio a adotar as montanhas de Minas como residência fixa, e o sôtaque da sua gente na ponta da língua. A qual, no entanto, sente orgulho pelos monumentos de Brasília, sua história descrita pelos retirantes, e não pelos biógrafos de JK, numa pseudo-civilidade descrita no rock da Legião pós-cheiradas de farinha nobre.
Que teve uma adolescência difícil como a de todos os seus sobreviventes.
Que sem mais protestos passou a dedicar-se aos romances da literatura nacional, descobrindo Vinícius, Drummond e Jorge Amado. Apresentada foi aos Titãs, Barão e Alceu Valente - salve, Padrinho!- e que não dispensa música popular brasileira.
Uma pré-adolescente que viveu a paixão de Platão entre 3 ou 4 'Rafael'.
Que escrevia peças de teatro no colégio para suas amigas representarem,
Uma pré-adolescente que viveu a paixão de Platão entre 3 ou 4 'Rafael'.
Que escrevia peças de teatro no colégio para suas amigas representarem,
sem qualquer medo do ridículo (e que, ainda nos dias atuais, seguem "desmedidas")!
Como aquela que queria salvar a Humanidade, e que sempre odiou formigas.
Que viu no Direito - ok, sob influência (in)consciente da Mãe - uma possibilidade de.
Uma doce adolescente que via nos doces a sua própria salvação.
Com espinhas precoces, mãos desproporcionais e óculos de aros míopes, ainda
pensava-se(r) charmosa.
Como aquela que foi aos 15 descobrir a Beleza do Horizonte no pré-vestibular.
Que conheceu gentes e sentimentos novos como a frustração na reprovação da Federal.
Aquela uma que veio a ser filha da PUC sem dimensionar seus bolsos vazios. Que com a Mãe vivenciou situações as mais adversas em 5 anos, contaminadas,
porém, pela esperança de dias melhores.
Uma então universitária que identificou-se com/na Criminologia, e que fez da Professora Palova Amisses Parreira referência para seguir adiante.
A que toma a Defensoria Pública como meta profissional.
Como aquela que adolescia e então encantava-se pelos Professores de Ciência Política (agora admito), Economia, Teoria do Estado, Direito Civil I e Direito Empresarial (agora admito - 2).
Aquela que então (re)conhece o seu Melhor Amigo num cara heave metal e virgem.
E que o Ama há nove anos, despertando o ciúme da sua recém-bem-vinda-esposa
e uma sociedade no exercício da função.
Como aquela que não teve baile de formatura não somente pela falta de um vestido que lhe cobrissem os cento e poucos quilos. Que veio a formar-se sem pompa, só não sozinha porque lá estavam sua Mãe e duas suas Amigas. A uma que chorou no retorno para casa com a falta da comemoração, vez que o dinheiro mal dava para custear o táxi.
A única em treze amigos que foi aprovada sem cursinho preparatório no Exame da Ordem dos Advogados do Brasil.
Que dá início a sua carreira profissional,
curiosamente, na defesa dos interesses das vítimas.
A uma que encontra-se não descoberta pelo amor, mas por inexatos cento e cinquenta quilos. Que propõe-se a quem sabe descobrir Felicidade numa mesa de cirurgia,
não sem antes ouvir a Mãe pedir o retorno da única filha com vida.
Aquela que foi descoberta por um tal irmão nos idos de 2009, seguindo seu Irmão até dezembro de 2012, quando então poderão trocar Tereré, fatos e tragos.
Como a menina que veio a descobrir-se Mulher após eliminar setenta quilos e mais de tristezas.
A que passa a sentir e viver amores, atirando-se em quedas-livres.
Como aquela que tem "anjos" na Semiliberdade, contáveis clientes no Escritório e um Padre a ela empresariar.
Uma tal que dedica-se ao que a realiza, sem pensar em retornos financeiros,
somente (dos) humanos.
Que bebe uma cazamiga na terça, brinca de amor-gay na comida chinesa,
e vai para o samba liberar seus demônios.
Que criou um deos fantasiado de gente, errante e temperamental.
Gostaria de ser ela lembrada como vez criança, ora Poliana-Moça, hoje Mulher.
Neta, Filha e futura Mãe da Clarissa e do Otto.
Estudante, Advogada e Estudante.
Gente com virtudes, Pessoa de defeitos e Humana que segue avante!
L.C.
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