sábado, 27 de outubro de 2012

vem.


então vem.
me descubra, me amarrote.
briga comigo em segredo.
faça drama, faça alarde.
não alimente os meus medos.
lança-me sob a cama, ou no chão
amarre a minha cintura com a palma da sua mão.
porque hoje vamos eleger A melhor posição.
vem.
crave as unhas na minha carne, 
mire a mim como a uma caça.
venha com atropelo, seja a brasa da primeira tragada.
quero queimar, arder pós-incendiar.
vem.
ouça os meus gemidos pouco discretos.
seja minha dependência, meu vício confesso.
balbucia um Fado dos mais confusos
para os meu tímpanos pouco seletos.
vem.
percorra a latinidade do meu corpo
com a pressa da descoberta
de pouco mais de 500 tempos tupiniquins.
quero seu egoísmo indiscreto, 
o fel encoberto  no fim.
vem.
que eu bebo sua língua, meço seu peso, sinto seu viço
abro-te a barguilha em segredo,
tomo-lhe a virilha sem receio.
quero pêlos, cheiros fortes, quero-o todo no meu todo.
vem.
hoje eu abdico de valores, princípios e educação.
vem porque hoje eu viro puta na folga da profissão.

L.C.
[junho/2011]


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