então vem.
me descubra, me amarrote.
briga comigo em segredo.
faça drama, faça alarde.
não alimente os meus medos.
lança-me sob a cama, ou no
chão
amarre a minha cintura com
a palma da sua mão.
porque hoje vamos eleger A melhor
posição.
vem.
vem.
crave as unhas na minha
carne,
mire a mim como a uma caça.
mire a mim como a uma caça.
venha com atropelo, seja a
brasa da primeira tragada.
quero queimar, arder pós-incendiar.
vem.
vem.
ouça os meus gemidos pouco
discretos.
seja minha dependência, meu
vício confesso.
balbucia um Fado dos mais
confusos
para os meu tímpanos pouco
seletos.
vem.
percorra a latinidade do
meu corpo
com a pressa da descoberta
de pouco mais de 500 tempos tupiniquins.
de pouco mais de 500 tempos tupiniquins.
quero seu egoísmo
indiscreto,
o fel encoberto no fim.
o fel encoberto no fim.
vem.
que eu bebo sua língua,
meço seu peso, sinto seu viço
abro-te a barguilha em
segredo,
tomo-lhe a virilha sem receio.
quero pêlos, cheiros fortes, quero-o todo no meu todo.
vem.
hoje eu abdico de valores,
princípios e educação.
vem porque hoje eu viro
puta na folga da profissão.
L.C.
[junho/2011]
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