Dos CD's riscados pelo desuso após o 4shared, mantidos para preservar as lembranças.
Do meu primeiro notebook,
aquisição primeira com a profissão e parceiro num grande amor.
Das tecnologias, nada como um SMS que me acorde na madrugada:
"não me esqueço de você; vide horas."
Gosto das minhas certezas contrariadas.
Das experiências ainda não vividas. Das sentimentos desconhecidos.
De ouvir, embora seja dada ao prazer de questionar.
De quem faz que me ignora e atenciosamente discorra sobre o que eu diga.
De carinho dado de graça, sem pretensões de retribuição.
De quem segue me amando, apesar de.
Gosto de dois meus óculos escuros quando revelam a minha maquiagem versão noite.
Dos meus esmaltes novos nas mesmas tonalidades dos já ressecados.
Das minhas bijuterias novas no mesmo estilo das já descascadas.
Dos cheiros das novidades, e da sensação de ser retrô.
Gosto das minhas mãos e da forma como as manejo.
Do meu pé torto pela falta ao Ortopedista.
Do meu olhar pequeno, ~
da herança míope, piscadelas com/sem charme, e das pestanas curtas.
Das sardas em fila no braço esquerdo: minhas três marias.
Gosto mais de alguns meus amigos em dias alternados.
Da primavera e do outono, e quando (não) se confundem.
Do dia nublado, do pseudo-frio e real ventania.
Do céu estrelado, e de imaginar que, assim como eu, tem alguém a admirá-lo.
Gosto de cartazes urbanos,
de semáforos que demoram a abrir
e de bancas de jornais que vendem cigarros de sabores.
Do café coado na hora,
de cheiro de terra-roxa
e de sequestrar os ovos sob o protesto da galinha.
Gosto de sorvete de cereja, de Chopp Brahma e Sucrilhos direto da caixa.
Brigadeiro de colher, pimenta biquinho e chantilly feito em casa.
De dormir tarde, acordar qualquer hora e voltar a dormir quando quiser.
Da parede do meu quarto, onde encosto-me e permito-me uma conchinha.
De horários para me (des)organizar. De ter semana para planejar e não cumprir.
Gosto das minhas estranhezas. Da minha solidãozinha. Da minha confusão para números.
Dos meus segredos. Da minha indisciplina. Do respeito indistinto.
De gente humana. De homem que saber ser homem, De mulher que faz drama.
De velho. De criança educada. De espírito evoluído.
De imaginar um céu para animais. De um deus com quereres. De um inferno Open Bar. Melhor: Open Food.
Amém.
L.C.
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