Tinha os
cabelos presos e ainda assim em desalinho, vítimas que eram do vento gélido que
causava-lhe pequenos estremecimentos no corpo franzino.
Sob ele
repousava um fresco e simples vestido florido, presente da avó, após meses de
costura, com cores que oscilavam entre o amarelo-pastel e o vermelho-framboesa.
Nas mãos, o
velho cesto de palha, ainda vazio, esperançoso por pesar em flores numa volta.
E, consigo,
além do vento, o cesto e o vestido, acompanhava-lhe o vira-latas, daqueles mais
arteiros e fiéis a quem bem lhe tratava com respeito, água, comida e carinho.
Ambos partiam
em companhia, mesmo silentes, pelo campo amarelinho, na busca por colherem os
seus mais bonitos exemplares nos primeiros raios do dia.
Os olhares
perdiam-se pela extensão do campo...
Girassóis as
flores,
bem-te-vis os
pássaros,
e ali
repousava um quinto elemento,
lúcido,
simples e
gentil,
a espera de
quem o reconhecesse naquela manhã primaveril.
E assim, entre
flora, gentes e fauna,
era possível
sentir o atropelo sereno da FELICIDADE.
L.C.
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