quarta-feira, 31 de julho de 2013
quarta-feira, 24 de julho de 2013
terça-feira, 23 de julho de 2013
- identificação imediata de 1º grau
"Progressões de balcão", por Clara Averbuck
No bar:
- Tá esperando alguém?
- Não.
- Tá sozinha?
- Tô.
- Aceita companhia?
- Tô sozinha porque
quero.
- Mas e vem pro bar
ficar sozinha?
- Saí porque queria
ficar sozinha.
- É casada?
- Não.
- Mora com alguém?
- Com os gatos.
- Por que precisou
sair pra ficar sozinha, então?
- Porque eu quis,
moço.
*silêncio*
- O que você faz?
- Sou escritora.
- Ah, é? E escreve o
que?
- Livros.
- De que tipo?
- Livros de histórias.
- Que tipo de
histórias? Contos, romances?
- Os dois.
- E de onde você tira
as suas idéias?
- Das ruas. Da vida.
Sei lá, as idéias vem.
- E o que mais?
- Como, o que mais?
- O que mais você faz?
Você vive de escrever?
- Vivo de escrever
muitas coisas.
- E dá dinheiro?
- Não acho essa
pergunta muito polida, moço.
- Relaxa, baby.
- Não me chama de
baby.
- Entendi agora por
que você é sozinha.
- Eu sou sozinha
porque quero.
- Duvido. Ainda mais
tratando as pessoas assim, seca desse jeito.
- Estou apenas
respondendo as suas perguntas.
- Mulher tem que ser
simpática.
- Mulher, meu querido,
tem que ser como quiser.
- Assim você não vai
conseguir homem.
*suspiro*
- Amigo, você está bem
equivocado nessa vida, hein?
- Tô apenas tentando
ajudar.
- Olha só, eu disse
que saí pra ficar sozinha e você está aqui tagarelando nos meus ouvidos. Está
me ajudando em que, exatamente?
- Sei lá, tô tentando
melhorar essa sua cara.
- Eu estou ótima.
- Mas não parece,
bebendo, sozinha aí.
- Ninguém nunca te
ensinou que não se julga um livro pela capa? Eu estou ótima, moço.
- Duvido, sozinha no
balcão...
- Eu estava sozinha,
estava sozinha porque queria. Agora você está
aqui falando comigo.
- Posso te pagar um
drink?
- Não.
- Por que?
- Porque eu tenho
dinheiro pra pagar meus drinks.
- Você é o que,
feminista, é?
- Sou.
- Ih, sabia. Feminista
não gosta de homem.
- Feminista não gosta
de gente que invade espaços e caga regras, moço. Moço, você é chato, será que
eu poderia continuar em silêncio curtindo minha cerveja com 10% de álcool sem
você estragar o momento?
- Aff, fica à vontade,
ô mal comida.
- Moço... Sai daqui?
- Logo vi que era
assim, sentada aqui com essa cara. Também, gorda
desse jeito, ninguém
deve querer.
- Moço, não me obrigue
a desperdiçar minha cerveja cara na sua fuça.
- Puta.
- Tchau, moço.
sábado, 20 de julho de 2013
~momento cafona ON~
-
são poucas as músicas em idiomas diversos ao Português que me apetecem. Esta é
uma delas. Provavelmente porque me faz recordar a minha infância... Salvo
engano integrou a trilha musical de alguma novela à época.
Fui
buscar sua tradução, e qual não foi a minha surpresa quando percebi que, para
além do meu passado, ela marca um desejo no meu presente, com alguém
sussurrandinho no meu ouvido:
"Você
sabe que eu faria quase qualquer coisa que você queira.
Todos
os dias eu tento te dar tudo o que você precisa.
Eu
sempre estarei lá por você...
Eu
não acredito em muitas coisas,
mas
em você... eu acredito."
~momento cafona ON EVER~
quinta-feira, 18 de julho de 2013
quarta-feira, 17 de julho de 2013
''Já levei muito na cabeça. E já feriram muito meu coração. Apesar disso, não me fecho, não me oponho, não deixo de me entregar. Acho que a gente deve ir, não ficar. Quem não vai não sente. Quem não vai não vive. É por isso que, retalhada, remendada e costurada, sigo. Mesmo que doa.'' - Clarissa Corrêa
quarta-feira, 10 de julho de 2013
“Todo dia eu penso: podia sentir menos e menos e menos. Mas não adianta, tudo me atinge, abala, afeta, arrebata, maltrata, alegra, violenta de uma forma absurda e intensa. Nasci pra ser intensa e dramática.” - Clarissa Corrêa
- "Esperei chegar a hora certa por acreditar que ela viria." Humberto Gessinger |
quinta-feira, 4 de julho de 2013
"Só estava meio vazio, querendo falar uns troços pra alguém de confiança, jogar conversa fora. Está todo mundo ficando velho e esclerosado por dentro. Os bares estão perdendo feio para as novelas, não há mais ninguém nas ruas. Não tenho me identificado muito com ninguém. Mas tudo bem. Levei um tempo até entender que pode ser muito libertador não se sentir parte de nada. E tu sabe como sou, dramatizo para dar às coisas a importância que originalmente elas não têm." Gabito Nunes
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