sábado, 28 de setembro de 2013

"Eu lutei. Relutei. Dei socos e pontapés para tentar afastá-lo. Fingi que havia morrido para ver se ele saia de perto de mim. Fui rude para ver se ele me deixava só com esse monte de nada e de lixo. Fui ríspido para tentar empurrá-lo, com força, para lá de Bagdá. Poupei sorrisos, pois temia que ele ficasse para ver meus dentes expostos. Tentei esconder, de mim e do mundo, a vontade que tinha de vê-lo ficar. Fingi que não estava nem aí. Menti quando disse que ele não estava aqui, em todo cantinho e cantão que havia em mim. Ele ficou. Aguentou minhas tempestades, suportou minhas atitudes medrosas e, fez-se presente enquanto eu tentava, para ele, ser pessoa ausente. Ele ficou para me fazer entender que o amor não pode ser espantado como a abelha que insiste em pousar em minha Coca. Ele, o amor, ficou para me ensinar que nem meu medo de amar é capaz de fazê-lo desistir de me acalmar. Ele, o amor, ficou para me dizer: “não adianta fugir, pois, estou em você mesmo quando finge não me querer dentro de suas veias." - Ricardo Coiro

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