quinta-feira, 10 de outubro de 2013

"E eu fico pensando em uma maneira de estar contigo. E eu só preciso abandonar o monitor que emoldura teu rosto e o microfone que imita sua voz, atravessar o oceano e desfilar por horizontes fixos, infinitos. É que eu não sei explicar este seu jeito de se esparramar e, ser ao mesmo tempo, tão preciso. A forma como incendeia com as mãos o meu vestido e faz arder a minha pele sem me machucar. Este teu jeito de me olhar, eu refletida no brilho mais intenso que acompanha um sorriso ou aquela lágrima que nos escondemos para que na despedida fôssemos, ao menos, concisos. Em vão. Não nos contemos: beijos, lágrimas e sorrisos. E a tua língua fala a minha, mas não alcança a minha boca. Isto é distância ou uma proximidade louca? Isto é real ou mais um devaneio passional? E entre as minhas lembranças e coxas escorrem lavas incandescentes, e o meu ventre vulcânico saliva teu corpo inteiro no compasso dança do desejo. Consegue sentir daí o meu beijo? Não sei o que será de mim, de nós, mas sempre que eu fecho os meus olhos, eu te vejo..." - Marla de Queiroz


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