É por uma verdade íntima que eu te amo,
Estranho.
Estranho.
Porque não há como desobedecer ao amor.
Portanto, eu te amo na penumbra,
soterrando o sentimento com explicações diversas.
E, a cada dia em que me calo, disfarço e me desfaço
do que há pulsando vivo aqui,
mas confranjo o meu coração
porque estreito o peito.
É de uma verdade crua esse meu amor,
Estranho.
Estranho.
E escondo tua existência atrás dos pensamentos
que para te ter perto
me atiram longe.
Congelo em silêncio tua imagem,
mas minimizo rápido o teu sorriso-tela
como quem mancha os dedos
na tinta fresca do desejo
E, por medo de uma possível rejeição,
desfigura toda a aquarela.
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