terça-feira, 16 de setembro de 2014

"Porque eu tive vontade de te colocar no colo e te chamar de meu amor. E dar um abraço gostoso e perguntar de você, e te ouvir... até que adormecesse em silêncio. Porque eu tive vontade de dizer que ia dar tudo certo, não importa o quê. E dizer que você é especial, e seu futuro é brilhante... eu só enxergo coisas grandiosas pra você. Quis abraçar apertado, mas me contive. Tão importante quanto se ter certeza do que se sente é respeitar o espaço do que o outro sente. Mesmo que por intuição. Pensei que seria bom se as coisas fossem diferentes, e o universo desejasse diferente. Pensei que talvez, no fundo, tudo não fosse mais que nossa escolha. Agradeci e parti. De mim, da minha vontade, do meu desejo. Daquela parte de loucura que me diz, com força, que é inútil resistir e que o que eu mais queria estava bem ali, disposto à minha frente. Esbocei um sorriso encabulado, meio sem graça, meio displicente, só para esconder que o beijo que eu não te dei continuava comigo. Lancinante. Pulsando o corpo inteiro. Enrubesci. Não sei dizer se você percebeu como fugi como um gato. Arisco. Me despedi entre tropeços e tarefas, atrapalhada, como quem procura o bilhete do metrô em uma bolsa comprida e repleta. De mundos, de fundos, de nexos. Distante, distante, distante... de tudo que havia de mais terno, mais doce e mais bonito... em mim." - Elenita Rodrigues

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